Este é um espaço democratico, falarei de família, amigos, religião, política, trabalho, universidade, cultura, esportes, festas, bebidas e etc...

terça-feira, 31 de agosto de 2010

SUL DO BRASIL - Arnaldo Jabor

Se todos nós amássemos o nosso País como os sulistas, o Brasil seria outro...
O Brasil tem milhões de brasileiros que gastam sua energia distribuindo ressentimentos passivos.

Olham o escândalo na televisão e exclamam 'que horror'.

Sabem do roubo do político e falam 'que vergonha'.

Vêem a fila de aposentados ao sol e comentam 'que absurdo'.

Assistem a uma quase pornografia no programa dominical de televisão e dizem 'que baixaria'.

Assustam-se com os ataques dos criminosos e choram 'que medo'. E pronto!
Pois acho que precisamos de uma transição 'neste país'.
Do ressentimento passivo à participação ativa.

Pois recentemente estive em Porto Alegre, Caxias do Sul, Florianópolis, Joinville, Foz do Iguaçu e Curitiba, onde pude apreciar atitudes com as quais não estou acostumado, ainda mais um paulista/paulistano que sou.

Um regionalismo que simplesmente não existe na São Paulo que, sendo de todos, não é de ninguém.
 
No Paraná, palestrando num evento da FAE, uma surpresa.

Abriram com o Hino Nacional.

Todos em pé, cantando.

Em seguida, o apresentador anunciou o Hino do Estado do Paraná.

Fiquei curioso. Como seria o hino?

Comentei com um senhor ao meu lado, e ele disse que em todas as partidas de futebol no estado, o hino estadual também é executado.

Começa a tocar e, para minha surpresa, quase todos cantam a letra:

"Entre os astros do Cruzeiro!
És o mais belo a fulgir,
Paraná serás luzeiro, Avante para o porvir!
A glória, Santuário..
Que o povo aspire e que idolatre-a...
E brilharás com brilho vário,
Estrela rútila da Pátria,
Pela vitória do mais forte,
Lutar, lutar, chegada é a hora!"

Na semana seguinte, em um belo evento que palestrei na Sindirádio em Porto Alegre, pós Hino Nacional Brasileiro, toca-se o Hino do Estado do Rio Grande do Sul:

"Como a aurora precursora
do farol da divindade,
foi o vinte de setembro
o precursor da liberdade"


Em seguida um casal, sentado do meu lado, prepara um chimarrão. Com garrafa de água quente e tudo. E oferece aos que estão em volta. Durante o evento, a cuia passa de mão em mão, até para mim eles oferecem.

E eu fico pasmo. Todos colocando a boca na bomba, mesmo pessoas que não se conhecem. Aquilo cria um espírito de comunidade ao qual eu, paulista, não estou acostumado.

Desde que saí de Bauru, nos anos setenta, não sei mais o que é 'comunidade'.

Fiquei imaginando quem é que sabe cantar o hino de São Paulo.

Aliás, você sabia que São Paulo tem hino? Que o Rio de Janeiro tem hino? Pois é...

Foi então que me deu um estalo.

Sabe como é que os 'ressentimentos passivos' se transformarão em participação ativa?

De onde virá o grito de 'basta' contra os escândalos, a corrupção e o deboche que tomaram conta do Brasil?

De São Paulo é que não será.

Esse grito exige consciência coletiva, algo que há muito não existe em São Paulo e Rio de Janeiro.

Os paulistas e cariocas perderam a capacidade de mobilização. Não têm mais interesse por sair às ruas contra a corrupção.

São Paulo é um grande campo de refugiados, sem personalidade, sem cultura própria, sem 'liga'.

Cada um por si e o todo que se dane.

E isso é até compreensível numa cidade com 12 milhões de habitantes.

Penso que o grito - se vier - só poderá partir das comunidades que ainda têm essa 'liga'. A mesma que eu vi em Curitiba e Porto Alegre.

Algo me diz que mais uma vez os brasileiros apaixonados do sul é que levantarão a bandeira. Que buscarão em suas raízes a indignação que não se encontra mais em São Paulo, Rio, etc.

Que venham, pois. Com orgulho me juntarei a eles.

De minha parte, eu acrescentaria, ainda: '...Sirvam nossas façanhas, de modelo a toda terra...'

Arnaldo Jabor

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Jornada Mundial da Juventude de Madri terá sabor único

Entrevista com bispo auxiliar de Madri e coordenador da logística
MADRI, segunda-feira, 30 de agosto de 2010 (ZENIT.org) - Dom César Franco, além de ser um dos três bispos auxiliares de Madri, tem a tarefa de ser o coordenador geral da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

Um ano antes da celebração deste acontecimento, Dom César Franco destaca nesta entrevista quais serão as características próprias da realização da JMJ em Madri, em agosto de 2011.

ZENIT: Por que um jovem deveria participar da JMJ?

Dom César Franco: Há muitas razões para participar; eu diria a um jovem que, com sua presença, a Igreja é mais jovem e ele, mais Igreja. Incentivaria-o a participar, para que vivesse em plenitude o fato de ser católico, universal. Se é praticante, eu o convidaria a compartilhar sua fé e sua vida com os demais; se é medianamente praticante, para ficar mais fortalecido; se crê pouco, porque estou certo de que Cristo passará perto dele, amando-o e aumentando sua fé. E se não crê, para que abra as portas a Cristo, que não deixa de nos buscar.

ZENIT: Por que uma reunião de jovens?

Dom César Franco: Os jovens são muito importantes para a Igreja. Eles são o futuro em todas as instâncias da vida. Também o futuro da Igreja. A Igreja acredita nas possibilidades dos jovens, em sua capacidade de se doar e de amar a Cristo quando o encontram. Estas jornadas são, além disso, uma oportunidade para que os jovens do mundo se encontrem, orem, compartilhem sua fé e a celebrem profundamente. As jornadas são uma manifestação da juventude da Igreja, uma festa da fé em torno de Cristo ressuscitado.

ZENIT: Que impacto o senhor acha que vai haver na Igreja da Espanha?

Dom César Franco: Não sou profeta e não posso prever o impacto que acontecerá na Igreja da Espanha. Ainda assim, acredito que nossa Igreja será fortalecida e animada diante do testemunho dos jovens que, apesar das dificuldades ambientais, seguem Cristo, confiam nele e procuram ser fiéis.

Em todos os lugares onde foi realizada a Jornada Mundial da Juventude, a Igreja recuperou a confiança em si mesma, renasceram as vocações para o sacerdócio e a vida consagrada e desapareceu o mito de que os jovens não querem saber de Cristo nem de sua Igreja.

ZENIT: O que cada país oferece para a JMJ? E o que a Espanha vai oferecer?

Dom César Franco: Cada país oferece sua própria riqueza, sua história, sua tradição. Cada povo traz a fé de suas tradições, sua própria vivência.

Na Espanha, por exemplo, a Semana Santa é vivida não só na liturgia das catedrais, paróquias e igrejas, mas também na rua, com as procissões. Temos um bonito patrimônio artístico, os chamados "Passos", que queremos mostrar na grande Via Sacra que será presidida pelo Papa.

A Espanha é também um país de rica tradição eucarística e mariana. Na Vigília de jovens, será exposta a Eucaristia na custódia de Arfe, que a diocese de Toledo generosamente colocou à nossa disposição.

São exemplos para mostrar que a Espanha vai trazer seu próprio ser, o de uma nação rica e de fecunda tradição católica, desde a própria origem do cristianismo. Basta olhar aos santos padroeiros da JMJ para se dar conta do muito que contribuiu e contribui.

ZENIT: A JMJ supõe um grande esforço preparatório, tanto econômico como em recursos humanos; não seria melhor empregar estes esforços em outras tarefas, como na construção de templos ou no apoio ao trabalho vocacional ou proselitista da Igreja?

Dom César Franco: Na Igreja deve-se fazer de tudo. Em Madri, concretamente, não deixamos de construir templos nestes últimos anos e continuaremos fazendo sempre que for necessário.

Trabalhamos também na pastoral vocacional, na missão evangelizadora fora e dentro da nossa diocese. Impulsionamos o trabalho nos meios de comunicação social. E a tarefa que realizamos na Cáritas diocesana é imensa. E, como Madri, todas as demais dioceses.

Mas estes encontros são necessários para a própria missão evangelizadora da Igreja e por isso são feitos com a ajuda de todos. Deste fato nosso povo é consciente e ajuda com muita generosidade. Tudo o que a Igreja faz para desenvolver sua missão é importante.

ZENIT: Além do impacto espiritual nos assistentes, afeta também a sociedade em que é celebrada a JMJ? Como o senhor gostaria que fosse esse impacto?

Dom César Franco: Eu diria que as Jornadas da Juventude deixam nos lugares onde foram celebradas "o bom perfume de Cristo". É uma experiência comum que as pessoas, ainda as que não acreditam, fiquem impressionadas pela alegria dos jovens, por seu bom trabalho.

Os receios iniciais, ao se anunciar uma grande multidão de jovens, desaparecem rápido e dão lugar à simpatia generalizada. Naturalmente, são jovens com suas virtudes e defeitos, mas eles vêm como peregrinos em busca do que da sentido à vida do homem: Deus, Cristo e vida eterna. Isso sempre é impactante para aqueles que pensam que esta vida é a definitiva.

A peregrinação sempre vê além, não se detém na metafísica. Aponta para a meta eterna, que é a casa do Pai. Este é um impacto que eu gostaria que os jovens deixassem em Madri: a juventude que caminha até Deus, deixando o rastro do bom perfume de Cristo.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A Cultura de Pentecostes

A Cultura de Pentecostes
por Michelle Moran

Que a "Espiritualidade de Pentecostes" se propague pela Igreja para uma nova "Cultura de Pentecostes"
 Durante o Pontificado de João Paulo II (maio de 2004) e de Bento XVI (setembro 2005), tem havido um forte encorajamento para que a Igreja propague a Cultura de Pentecostes. Obviamente este é um conceito amplo, com várias dimensões, mas, sem dúvida, este chamado encontra eco na Renovação Carismática. Por ocasião do 40º aniversário da RCC, o Cardeal Rylko, Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, falou sobre a experiência do batismo no Espírito ou efusão do Espírito. Ele disse que esta experiência, que é central para a Renovação Carismática e que tem envolvido milhões de católicos em todos os continentes, poderia ser o ponto de partida para a Cultura de Pentecostes.

A Graça de Pentecostes é uma Graça Missionária 
É, portanto, importante que abracemos o nosso mandato. Não fomos chamados apenas a ser pessoas que experimentaram um "Pentecostes pessoal", que é obviamente muito importante, mas junto com essa experiência vem uma responsabilidade. Somos chamados a ser canais para as graças de Pentecostes na Igreja e no mundo. Quando o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos no Cenáculo, todos ficaram cheios do Espírito Santo. Eles experimentaram não apenas uma renovação pessoal, mas foram também capacitados com dons tais como a oração em línguas / glossolália e com coragem, o que lhes permitiu modificar poderosamente a cultura ao seu redor. Eles foram transformados e Pedro, que era um leigo sem instrução, foi capaz de convencer de tal forma as multidões que elas aceitaram sua mensagem e foram batizadas. Naquele primeiro dia, cerca de 3.000 novos convertidos foram acrescentados em número. Em todo o Livro dos Atos dos Apóstolos, Lucas registra muitos casos em que os apóstolos agiram no poder do Espírito Santo e, consequentemente, a Igreja começou a crescer em número (por exemplo, Atos 2, 47; 4, 4; 5, 14; 6, 1; 7; 11, 21 e 24). Portanto, a graça de Pentecostes é essencialmente uma graça missionária. Embora reconhecendo que na Renovação Carismática não temos um monopólio do Espírito Santo, parece que temos uma vocação especial para sermos embaixadores do Espírito Santo e difundir a Cultura de Pentecostes. Isto foi enfatizado pelo Papa João Paulo II em 2002, quando ele disse:
"No nosso tempo, que é tão ávido de esperança, faça que o Espírito Santo seja conhecido e amado. Ajude a trazer para a vida aquela "Cultura de Pentecostes", que só ela pode tornar fecunda a civilização do amor e da co-existência amigável entre os povos. Com insistência fervorosa, não vos canseis de invocar "Vinde Espírito Santo! Vinde! Vinde! "(Discurso aos delegados da Renovação no Espírito Santo).

Saindo da Espiritualidade de Pentecostes para a Cultura de Pentecostes
O desafio para a RCC não é manter a espiritualidade de Pentecostes limitada ao Grupo de Oração, ou mesmo  restringi-la apenas à Renovação Carismática. A evangelização deve ser uma prioridade para nós, como foi para os apóstolos, quando deixaram o Cenáculo. Já em 1992, o Papa Bento (então Cardeal Ratzinger) escreveu:
"Será que vamos descobrir o segredo do primeiro Pentecostes na Igreja? Será que vamos oferecer-nos humildemente ao poder renovador do Espírito Santo para que Ele possa nos libertar da nossa pobreza e da nossa total incapacidade de realizar a tarefa de anunciar Jesus Cristo aos nossos semelhantes?... O Cenáculo é o lugar onde os cristãos se deixam, ao acolher o Espírito Santo, ser transformados pela oração. Mas é também o lugar de onde saimos para levar o fogo de Pentecostes aos irmãos e irmãs "(Revista New Covenant).
Claramente, o Pentecostes é para o mundo. Trata-se de transformar a sociedade através do poder do Espírito Santo. A Cultura de Pentecostes cria uma sociedade que respeita a dignidade humana através do reconhecimento de que a humanidade é feita à imagem e semelhança de Deus.
É uma sociedade na qual a esperança reina de forma suprema e a luz brilha mais forte do que qualquer escuridão. É exatamente o oposto do relativismo cultural que permeia grande parte do nosso mundo. Em uma conferência em Lucca, Itália, em 2005, Salvatore Martinez definiu a Cultura de Pentecostes como "o antídoto para o mal obscuro do mundo". Em resposta, o Cardeal Rylko disse: "Temos que aprender o método do Espírito Santo que opera na história e renova a face da terra, para não sermos vencidos pelo mal".
Nós todos temos uma responsabilidade, como indivíduos e como Grupos, de discernir as formas pelas quais o Senhor nos chama a sermos os promotores da Cultura de Pentecostes. Uma maneira em que isso vai acontecer é intensificando a Espiritualidade de Pentecostes na Igreja. Talvez você possa fazer isso incentivando o maior número de pessoas a participar da Novena de Pentecostes, e, assim, juntarem-se ao testemunho mundial do Pentecostes das Nações. A partir deste local de intercessão, estaremos habilitados a estender a mão para o mundo, promovendo a Cultura de Pentecostes através do testemunho de nossas vidas e através das obras de misericórdia e justiça.

FONTE: http://www.rccbrasil.org.br/artigo.php?artigo=901